sábado, 11 de julho de 2015

“A APAE é minha casa e os alunos são meus filhos”



Esta declaração foi a epigrafe do emocionante relato de experiência feito por Marcelo Augusto Muniz de Castro, ou, simplesmente, Mestre Mandinga, um cidadão de 49 anos, que um dia recebeu a missão de mostrar que a capoeira vai além de um simples gingado musical. Seu trabalho na APAE referendou a capoeira também como ponte de inclusão social. 

Mestre Mandinga contou, durante o I Encontro de Educação Inclusiva de Santo Amaro realizado neste sábado (maiores detalhes aqui) que no início teve muita dificuldade para lidar com os alunos com necessidades educacionais especiais. “Então, fui pesquisar comecei a me inteirar do assunto, depois visitei diversas apaes e aí fui me inteirando. Até que chegou o dia da primeira aula”. Ele, que durante 4 décadas sempre utilizou as pernas com firmeza, agora as via tremer de ansiedade e nervosismo. 

Sem saber o que fazer, disse a seus alunos e aos estudantes da Apae que iriam brincar de capoeira. “Não será aula, o que vamos fazer aqui vai ser brincar de capoeira”. A partir deste seu direcionamento didático-metodológico, o mestre quebrou o gelo e, aos poucos, foi encontrando o encontrou o caminho da superação. “Trabalhar com especiais é emoção, é sentimento, é um dom. Por isso, as lágrimas sempre vêm aos olhos quando falo deste trabalho, sobretudo porque a maioria deles são da zona rural”.

Yan Gabriel Santana, 18 anos, e Yago Brehnno do Nascimento, 20, moram no bairro Bonfim e seguem as pegadas do mestre por onde ele vai. Presentes no I Encontro, eles disseram que a dedicação e o amor empreendidos pelo mestre no trabalho da APAE servem de inspiração para eles, que hoje são cordão azul (uma espécie de instrutor/monitor), mas sonham em ser um mestre assim como Mandinga o é, “um homem forte, mas com a sensibilidade que pode transformar a vida de dezenas de pessoas”, afirmaram.


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