Esta
declaração foi a epigrafe do emocionante relato de experiência feito por Marcelo
Augusto Muniz de Castro, ou, simplesmente, Mestre Mandinga, um cidadão de 49
anos, que um dia recebeu a missão de mostrar que a capoeira vai além de um
simples gingado musical. Seu trabalho na APAE referendou a capoeira também como
ponte de inclusão social.
Mestre
Mandinga contou, durante o I Encontro de Educação Inclusiva de Santo Amaro
realizado neste sábado (maiores detalhes aqui) que no início teve muita
dificuldade para lidar com os alunos com necessidades educacionais especiais. “Então,
fui pesquisar comecei a me inteirar do assunto, depois visitei diversas apaes e
aí fui me inteirando. Até que chegou o dia da primeira aula”. Ele, que durante
4 décadas sempre utilizou as pernas com firmeza, agora as via tremer de
ansiedade e nervosismo.
Sem
saber o que fazer, disse a seus alunos e aos estudantes da Apae que iriam
brincar de capoeira. “Não será aula, o que vamos fazer aqui vai ser brincar de
capoeira”. A partir deste seu direcionamento didático-metodológico, o mestre
quebrou o gelo e, aos poucos, foi encontrando o encontrou o caminho da
superação. “Trabalhar com especiais é emoção, é sentimento, é um dom. Por isso,
as lágrimas sempre vêm aos olhos quando falo deste trabalho, sobretudo porque a
maioria deles são da zona rural”.
Yan
Gabriel Santana, 18 anos, e Yago Brehnno do Nascimento, 20, moram no bairro
Bonfim e seguem as pegadas do mestre por onde ele vai. Presentes no I Encontro,
eles disseram que a dedicação e o amor empreendidos pelo mestre no trabalho da
APAE servem de inspiração para eles, que hoje são cordão azul (uma espécie de
instrutor/monitor), mas sonham em ser um mestre assim como Mandinga o é, “um
homem forte, mas com a sensibilidade que pode transformar a vida de dezenas de
pessoas”, afirmaram.
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